Aqui no blog da Tecidoteca estamos sempre comentando sobre fios alternativos que estão sendo pesquisados para serem utilizados na indústria da moda como matéria-prima para os têxteis. Já comentamos sobre um fio feito à partir da borra de café, um tecido a partir do leite, e a novidade agora é que cientistas estão transformando o milho, um dos cereais mais cultivados no mundo, em uma fibra sintética!
A fibra, produzida pela NatureWorks, recebe o nome de Ingeo e é a primeira fibra sintética do mundo a ser feita a partir do açúcar do milho, através de um processo que envolve fermentação, destilação e polimerização da glicose do cereal.
A Ingeo pode servir de matéria-prima para a embalagem de alimentos frescos, eletrônicos, filmes flexíveis, cartões, não-tecido e tecidos de vestuário e para o lar, trazendo consigo as vantagens dos sintéticos, como o fato de não amassar facilmente e secar rapidamente, e acumulando também qualidades dos têxteis naturais, como o algodão e a lã, sendo hipoalérgico, aconchegante e confortável.
Tecido feito com a fibra do milho. |
Além disso, a nova fibra é amiga da natureza, vindo de encontro a esse momento de reestruturação em busca de mais consciência ambiental que a moda vem sofrendo: além de ser 100% biodegradável, a fibra necessita para sua produção apenas metade da energia gasta em um poliéster, por exemplo, e emite 50% menos gases de efeito estufa.
Se a produção da fibra poderia afetar a disponibilidade e o preço da cultura para fins como a alimentação? Não! Segundo eles, o Ingeo pode ser obtido de áreas cultivadas para outros fins, pois requer menos de 0,5% dessas, evitando esses possíveis impactos negativos.
Uma das empresas que já investiu na utilização desse tipo de matéria-prima, mesmo que não 100% , foi a Invista, detentora da marca Lycra, a qual teve um de seus fios feitos com 70% de matéria-prima renovável proveniente de uma dextrose (glicose) derivada do milho. A empresa, pretende produzir entre 300 a 400 toneladas de fibras derivadas de fontes renováveis por ano, as quais já começaram a ser vendidas no ano de 2015.
Vamos esperar que a nova fibra possa repercutir positivamente entre os fabricantes de tecidos, contribuindo para um meio mais sustentável!
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