Uma Raquel Davidowicz utilizou em sua nova coleção 60% de têxteis nacionais. |
A economia em crise é uma da responsáveis pela grande evasão de funcionários na indústria têxtil e de confecção brasileira. Só no estado de São Paulo, até o final do ano, estimativas apontam para a demissão de 25.000 funcionários, o que, calculando uma média de 4 pessoas por família, resultaria em um total de 100.000 pessoas atingidas diretamente por essa crise do setor.
A produção têxtil do estado, apresentou queda de 10% no último semestre e 20% de redução em investimentos, fazendo com que, apesar do fechamento de turnos e redução do números de funcionários, muitas indústrias passassem a apresentar grandes estoques.
China
Adversidades econômicas, no entanto, não estão atingindo somente o Brasil. A China, que recentemente apresentou queda na bolsa de valores, também está com a economia mais fraca, o que piora ainda a situação brasileira. As exportações Brasil-China representam 20% do montante exportado pelo país, e com sua queda, a quantidade de dólar que entra no Brasil diminui, fazendo com que o seu preço aumente e o real seja desvalorizado pelo importador.
O setor têxtil, no qual no estado de São Paulo quase 100% da matéria-prima é chinesa, passa a ser ainda mais atingido. Com o dólar em alta, os fios que eram importados ficaram até 50% mais caro, o que passa a tornar quase inaceitável a dependência que o setor têxtil tem da China.
Brasil
A alta do dólar, por outro lado, segundo especialistas pode trazer como benefício a longo prazo, preferência pelas matérias-primas e tecidos nacionais. A importação de filamentos sintéticos, de 2014 para 2015 caiu em 20%, e a do algodão, 93% no mesmo período.
Repercussão dessa troca, ainda recente, já foi vista na SPFW Inverno 2016. Nas passarelas, a utilização da matérias-primas nacionais deixaram a semana de moda ainda mais brasileira. As criações tiveram que se adaptar as necessidades da economia, enfrentando até mesmo algumas restrições.
Com isso, abre-se espaço no mercado, já que muitas indústrias têxteis faliram justamente por conta da concorrência com as asiáticas. A questão, é saber se o Brasil não acabará deixando a dependência chinesa para se tornar posse do vizinho Paraguai.
Paraguai
O governo paraguaio tem a pretensão de tornar o país um grande polo têxtil e de autopeças na América Latina. Quanto as autopeças não sabemos, mas o setor têxtil tem ganhado, inclusive, a atenção de empresário brasileiros.
Com custos de produção e impostos que chegam a ser 39% menores do que os em terras brasileiras, o Paraguai, que já ganhou investimentos da rede de varejo Riachuelo, deve receber mais cinco empresa nacionais que estão com projetos de produzir fios e tecidos no país.
A Riachuelo que produz hoje 40% de suas coleções na China, passou nesse ano a ter 2% das peças feitas no Paraguai, mas prevê aumento, chegando a supor que a produção vizinha deva superar a chinesa. O que colabora, é que o Paraguai tem o custo chinês, mas com tempo de chegada das peças de apenas um dia - quando na China demoravam seis meses.
Depositam-se esperanças de que a indústria brasileira aproveite o espaço que vem deixando pela China para se restabelecer e tentar contornar adversidades da crise e do estrangeirismo que vêm afetando fortemente o setor. Afinal, nada melhor para a moda brasileira, do que matéria-prima, mão- de-obra e criatividade da nossa terra.
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