Mantendo o
foco nos temas que circundam a sustentabilidade na indústria da moda, hoje
trazemos algumas ações que envolvem a etapa de tingimento dos têxteis, sendo
esse, o processo químico que dá coloração ao material.
Nesse
momento da produção surgem diversas preocupações, tendo como principal, a
enorme poluição da água, que ocorre em todo processo.
"Anualmente, a indústria têxtil descarta entre 40 e 50 mil
toneladas de corantes em rios e riachos." (LEE, 2009)
Alvejamento
O
alvejamento é a preparação essencial para que o tingimento seja adequado já em
primeiro momento, garantindo menos poluição e desperdício de materiais utilizados nos
retrabalhos. Tratando de ações sustentáveis tem-se algumas substâncias
alternativas ao cloro, considerando que esse pode contaminar e acabar com a
vida de um pequeno rio.
O peróxido
de hidrogênio é uma solução economicamente viável, porém só é ativado com
temperaturas acima de 60°C, tendo assim, um alto consumo de energia.
Outra
possibilidade é o uso do ozônio, que não utiliza água, por ser um tratamento a
seco. Entretanto, é um processo caro, e o equipamento necessário ainda não é
encontrado com facilidade.
Essas outras
opções podem até ter um custo mais alto, todavia, a redução no custo de despoluição
das águas residuais, compensa os gastos iniciais.
Coloração
natural
O uso dos
corantes naturais, também é outra possibilidade que agride menos o ambiente.
Esses, apesar de biodegradáveis, possuem poucos estímulos para a produção,
visto que há pouca matéria-prima disponível, dificultando a reprodução em larga
escala e a repetição de cores. Essa característica segue a linha do slow fashion, que contraria a
aceleração e produção da indústria em massa.
Fibras
tingidas com corantes naturais
As folhas de
plantas – como as das anileiras que originam o Índigo; as cascas de frutas e de
árvores; partes de animais, como o cochonilha – derivado de besouros que morrem
no acasalamento –, são
exemplos de materiais usados na coloração de têxteis.
Tingimento
de fibras com Índigo natural
Estima-se
que com o aumento do interesse por questões sustentáveis a aceitação de estudos
e avanços nos corantes naturais passe a ser maior, levando em conta diversos
aspectos, como a quantidade de água, energia e substâncias que serão
utilizadas, as consequências, os possíveis riscos, entre outros.
Outro
caminho que pode ser seguido, com o intuito de reduzir os impactos ambientais,
é a escolha de têxteis feitos com fibras naturalmente coloridas, não havendo
necessidade de tingimento. A gama de cores pode ser influenciada
pelos minerais presentes na água e no solo de seus ambientes, ou até mesmo pela
alimentação do animal. O clima e as técnicas de cultivo também podem
modificá-las, como no caso da fibra do Linho, que ganha tons mais fortes devido
às chuvas e a umidade.
Com essas e outras alternativas
sustentáveis, que se tornam, cada vez mais, foco de estudos para aprimoramento,
surge a necessidade de que as indústrias, e até mesmo nós, consumidores,
reavaliem os processos que envolvem o tingimento de um artigo têxtil, visando,
principalmente, o cuidado e preservação do meio-ambiente.
Fonte de imagens: pesquisa Google
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