“A tecidoteca mais completa do Brasil está em Cianorte” | Confira na íntegra a entrevista da Tecidodeca para a Tribuna de Cianorte

By | quinta-feira, setembro 12, 2013 Leave a Comment
A cada dia a população e empresas estão reconhecendo a importância dos tecidos para a indústria e construção do vestuário, como isso, a Tecidoteca entra para o auxilio na identificação e especificações de um tecido, como sua largura, comprimento, conforto tátil entre outras.

Com o intuito de levar para a população de Cianorte e Região, a Tribuna de Cianorte veio até nós para conhecer e repassar o trabalho realizados por Acadêmicos e Professores da Universidade Estadual de Maringá, no Campus regional de Cianorte .

Agradecemos a jornalista Aida Franco de Lima e toda equipe Tribuna de Cianorte.


Confira na íntegra a entrevista: 





A tecidoteca mais completa do Brasil está em Cianorte em uma sala colada à biblioteca da UEM. Ela nasceu em 2009, como projeto de extensão, unindo academia à comunidade. Nela está sendo registrada a memória local, como também regional, de tecidos que marcam as temporadas.
Mesmo com cerca de 500 confecções, Cianorte ainda não tinha um trabalho que catalogasse as malharias que passaram pela cidade. Como a moda é efêmera e cíclica, dentro da bandeira, que é a amostra de uma peça catalogada, ficam registradas todas suas informações. “Se o empresário visitar a tecidoteca, poderá ver um tecido usado em 98, calcular quanto vai ter de produção e poupar o trabalho”, explica o engenheiro têxtil, o professor Ronaldo Salvador Vasques.  “Temos muitas doações da comunidade, que é bem atuante, e que faz o projeto crescer”.
De acordo com Vasques, a tecidoteca é um acervo de bandeiras têxteis, que identificam as especificações de um tecido plano, o jeans, ou de uma malha, largura, comprimento, o toque sensorial, fios, todo o processo do tecido dentro da indústria. “A importância da  tecidoteca é porque muitas vezes no processo de confecção surgem dúvidas com relação ao lado direito e avesso ou  caimento, à estação para qual se destina, o modo correto para a lavagem industrial ou no processo da dona de casa, se vai enxaguar, se vai sair tinta”, explica o professor. Quando o tecido está catalogado na tecidoteca, essas dúvidas são esclarecidas. 
A tecidoteca de Cianorte, que deverá ser o tema de doutorado de Vasques, tem um diferencial significativo, pois analisa na íntegra o tecido. Isso é possível graças à união do curso de Moda com o de Engenharia Têxtil, na extensão de Goioerê. Os testes realizados nos laboratórios químicos e de controle de qualidade permitem que o tecido seja rastreado por completo, identificando seu peso, gramatura, resistência, lavagem, entre outros.
“O diferencial em todo o Brasil é que somos um curso de Moda que tem especificidade na área têxtil. As outras instituições contam com um catálogo simples, fornecido pelas indústrias. Aqui, nosso aluno tem uma confirmação de que os dados são reais, além de participar diretamente do processo de coleta dessas informações”, destaca Ronaldo.
A peça que será catalogada deve ter no mínimo um metro e meio. São necessários três meses para que sejam elaboradas cinco bandeiras. Um fator primordial é que na tecidoteca local a peça tem designada o segmento a qual pertence, como moda infantil, camisaria masculina ou lingerie. 

Teoria e prática solidificam o aprendizado em Moda




A acadêmica Bianca Fuentes, diz que os procedimentos mensais realizados com as peças no laboratório têxtil de Goioerê enriquecem o aprendizado dentro da academia. “Além disso tenho um contato a mais com os professores e isso abre ainda mais os horizontes para o mundo acadêmico”.
Linda Lara é outra integrante do projeto e conta que também estão trabalhando no desenvolvimento de bolsas destinadas à VII Semana de Pedagogia. “Elaboramos todo o processo, desde a criação, arte, modelagem e confecção. Só o bordado é terceirizado”, explica. O lucro das 160 bolsas produzidas será revertido para as participações em congressos, que dão suporte à base teórica da tecidoteca.
Os textos são escritos pelos alunos, orientados pelos professores coordenadores. Já contabilizam inúmeras matérias em jornais e publicações renomadas. Foi a banca do Contexmod, o maior evento do segmento no Brasil, que considerou a tecidoteca de Cianorte a mais completa.



Márcia Regina Paiva, formada em biblioteconomia, explica que foram necessários três anos para se chegar ao modelo atual da bandeira têxtil, estruturada em padrões e normas da ABNT e ISO.  Inédita, está em vias de ser patenteada. “Deveremos inserir as bandeiras têxteis junto ao catálogo online da biblioteca, que levará a um link do blog com todo o material digitalizado”, explica.
O acadêmico Rodrigo Pereira mostra com orgulho duas peças que fazem parte do acervo da tecidoteca. Um vestido, de seda, usado no filme Nosso Lar e um casaquete, em macramê, do filme O Inventor de Sonhos. As peças foram doadas pela ex-aluna do Curso, Carolina Terrav. Participam ainda do projeto da Tecidoteca os professores Fabrício Fortunato, Franciele Megucci e Silvia Bortoloto, além da aluna Nadir Gomes. 





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