A cada dia a população e empresas estão reconhecendo a importância
dos tecidos para a indústria e construção do vestuário, como isso, a Tecidoteca
entra para o auxilio na identificação e especificações de um tecido, como sua largura,
comprimento, conforto tátil entre outras.
Com o intuito de levar para a população de Cianorte e
Região, a Tribuna de Cianorte veio até nós para conhecer e repassar o trabalho
realizados por Acadêmicos e Professores da Universidade Estadual de Maringá, no
Campus regional de Cianorte .
Agradecemos a jornalista Aida Franco de Lima e toda equipe Tribuna
de Cianorte.
Confira na íntegra a entrevista:
A tecidoteca mais completa do Brasil está em Cianorte em uma
sala colada à biblioteca da UEM. Ela nasceu em 2009, como projeto de extensão,
unindo academia à comunidade. Nela está sendo registrada a memória local, como
também regional, de tecidos que marcam as temporadas.
Mesmo com cerca de 500 confecções, Cianorte ainda não tinha um
trabalho que catalogasse as malharias que passaram pela cidade. Como a moda é
efêmera e cíclica, dentro da bandeira, que é a amostra de uma peça catalogada,
ficam registradas todas suas informações. “Se o empresário visitar a
tecidoteca, poderá ver um tecido usado em 98, calcular quanto vai ter de
produção e poupar o trabalho”, explica o engenheiro têxtil, o professor Ronaldo
Salvador Vasques. “Temos muitas doações da comunidade, que é bem atuante,
e que faz o projeto crescer”.
De acordo com Vasques, a tecidoteca é um acervo de bandeiras
têxteis, que identificam as especificações de um tecido plano, o jeans, ou de
uma malha, largura, comprimento, o toque sensorial, fios, todo o processo do
tecido dentro da indústria. “A importância da tecidoteca é porque muitas
vezes no processo de confecção surgem dúvidas com relação ao lado direito e
avesso ou caimento, à estação para qual se destina, o modo correto para a
lavagem industrial ou no processo da dona de casa, se vai enxaguar, se vai sair
tinta”, explica o professor. Quando o tecido está catalogado na tecidoteca,
essas dúvidas são esclarecidas.
A tecidoteca de Cianorte, que deverá ser o tema de doutorado de
Vasques, tem um diferencial significativo, pois analisa na íntegra o tecido.
Isso é possível graças à união do curso de Moda com o de Engenharia Têxtil, na
extensão de Goioerê. Os testes realizados nos laboratórios químicos e de
controle de qualidade permitem que o tecido seja rastreado por completo,
identificando seu peso, gramatura, resistência, lavagem, entre outros.
“O diferencial em todo o Brasil é que somos um curso de Moda que
tem especificidade na área têxtil. As outras instituições contam com um
catálogo simples, fornecido pelas indústrias. Aqui, nosso aluno tem uma
confirmação de que os dados são reais, além de participar diretamente do
processo de coleta dessas informações”, destaca Ronaldo.
A peça que será catalogada deve ter no mínimo um metro e meio.
São necessários três meses para que sejam elaboradas cinco bandeiras. Um fator
primordial é que na tecidoteca local a peça tem designada o segmento a qual
pertence, como moda infantil, camisaria masculina ou lingerie.
Teoria e prática solidificam o aprendizado em Moda
A acadêmica Bianca Fuentes, diz que os procedimentos mensais
realizados com as peças no laboratório têxtil de Goioerê enriquecem o
aprendizado dentro da academia. “Além disso tenho um contato a mais com os
professores e isso abre ainda mais os horizontes para o mundo acadêmico”.
Linda Lara é outra integrante do projeto e conta que também
estão trabalhando no desenvolvimento de bolsas destinadas à VII Semana de
Pedagogia. “Elaboramos todo o processo, desde a criação, arte, modelagem e
confecção. Só o bordado é terceirizado”, explica. O lucro das 160 bolsas
produzidas será revertido para as participações em congressos, que dão suporte
à base teórica da tecidoteca.
Os textos são escritos pelos alunos, orientados pelos
professores coordenadores. Já contabilizam inúmeras matérias em jornais e
publicações renomadas. Foi a banca do Contexmod, o maior evento do segmento no
Brasil, que considerou a tecidoteca de Cianorte a mais completa.
Márcia Regina Paiva, formada em biblioteconomia, explica que
foram necessários três anos para se chegar ao modelo atual da bandeira têxtil,
estruturada em padrões e normas da ABNT e ISO. Inédita, está em vias de
ser patenteada. “Deveremos inserir as bandeiras têxteis junto ao catálogo
online da biblioteca, que levará a um link do blog com todo o material
digitalizado”, explica.
O acadêmico Rodrigo Pereira mostra com orgulho duas peças que
fazem parte do acervo da tecidoteca. Um vestido, de seda, usado no filme Nosso
Lar e um casaquete, em macramê, do filme O Inventor de Sonhos. As peças foram
doadas pela ex-aluna do Curso, Carolina Terrav. Participam ainda do projeto da
Tecidoteca os professores Fabrício Fortunato, Franciele Megucci e Silvia
Bortoloto, além da aluna Nadir Gomes.
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