Dados históricos dos têxteis: Antichama (Texto completo)
O tecido de anti-chama é composto por tecnologias ignífugas - termo dado ao acabamento apto a restringir o fogo - produzidas no tratamento de construção da fibra, também podem ter outros tipos de acabamentos como afterglow, que indica a combinação da combustão através da incandescência, sendo esta de extrema importância ao se tratar das fibras sintéticas. Outra característica do material é retardar a combustão, beneficiamento que recebe o nome de Flame Resistant, podendo também apresentar a característica Fireproof que, quando retirado da ação da chama, se apaga imediatamente. Essas tecnologias são adicionadas ao tecido por meio de impregnação de sais de amônio e ácido bórico, sendo este, quase que exclusivamente usado em fibras celulósicas, formando uma "proteção vidrada" que envolve a fibra e impede o contato com o oxigênio (Lcrespim, 2009).
Os materiais têxteis anti-chama tem como métodos de aplicações como métodos contínuos e descontínuos que incluem procedimentos com foulard, aplicação de espuma e umectação unilateral. Tendo o recobrimento no avesso tecido, que é a impregnação unilateral do agente ignífugo e o procedimento com foulard proporcionando uma aplicação uniforme e boa penetração, sendo, obrigatório para garantir um tratamento eficaz. Para artigos sensíveis de formação, outros métodos devem ser escolhidos e aplicados.
Quanto à denominação de tecidos inerentemente retardantes de fogo, significa que o tratamento anti chamas recebido no material vai durar o mesmo tempo de vida útil do tecido. No caso de tecidos retardadores de fogo tratados quimicamente, o retardante perde a sua qualidade durante o tempo, principalmente se o número de lavagens for alta, exigindo um cuidado maior com o tecido, devendo ser limpos a seco, que é a lavagem mais recomendada pelos fabricantes (MIYADA, 2009).
O acabamento anti-chama, segundo Bezerra (2008), é um tratamento técnico em que o material têxtil recebe a propriedade anti-chama durante o beneficiamento terciário, que visa dar ao material melhores características e toque sensorial.
Esse tratamento é de maior interesse para artigos têxteis utilizados em roupas de segurança para bombeiros e combatentes militares. Tais usuários, segundo Marques, et al (2015) são expostos às altas temperaturas frequentemente em suas atividades laborais, que podem variar de incêndios fracos a mais intensos, colocando suas vidas em risco. Nesses casos, os artigos têxteis e de vestuário a serem utilizados pelos mesmos precisam ter características anti-chama, retardando a propagação do calor.
As fases de combustão dessas fibras com acabamentos e tratamentos anti-chama, ocorrem da seguinte forma com processos prévios de incêndio, quando se inicia o incêndio, podendo ser chamado de inflamação; ocasionando a combustão; produção de gases de combustão e fumaça; e o fim da combustão. Quando há combustão com chama, a formação do monóxido de carbono é algo alarmante, podendo ser identificado pelo seu sabor ou odor, formando carboxihemoglobina o que impede o intercâmbio de oxigênio com os glóbulos vermelhos, processo que pode conduzir a óbito. O incêndio é abafado quando a combustão dos gases produz menos energia que a necessária para manter a pirólise - fase de decomposição ao alimentar-se a energia térmica. Pode se obter a reação endotérmica no qual o consumo adicional de energia resulta da decomposição endotérmica do agente ignífugo, fazendo com que a combustão tenha menos energia disponível, dificultando a ação. A formação de gases combustíveis ou inflamáveis, gases que não queimam ou têm uma baixa inflamabilidade, como o nitrogênio e dióxido de carbono, que evitam a combustão. A teoria da fusão: A transformação do agente ignífugo em uma fase de fusão com aquecimento e consumo de energia. Deste modo, há maior liberação de gases combustíveis e possibilita a entrada de ar na superfície da fibra. Por fim, a teoria da desidratação: É válida para fibras celulósicas que descrevem uma condição da pirólise por meio de produtos desidratantes que substituem a propagação de substâncias de decomposição incombustíveis, como a água. (LCRESPIM, 2009).
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