PAUL HAMELINE, QUE DESFILA PRA VETEMENTS E DIOR, DA AGÊNCIA TIAD (TOMORROW IS ANOTHER DAY) |
A moda está em constante mudança, os padrões estabelecidos há tempos atrás estão se quebrando, como os padrões de gênero na moda, que no ano passado foi um dos assuntos mais comentados, onde grandes grifes lançaram coleções sem gênero, desfiles unificados, e isso vem crescendo cada vez mais. Com essas mudanças, surgiram novas agencias que contratam modelos considerados ''diferentes'', muitas usam a internet como forma de procura.
Estes modelos não são exatamente comuns. Mas certamente são do tipo que se encontra andando nas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e das principais capitais do mundo. Ou no feed do Instagram. Num misto de novo poder de influência de qualquer um por meio das mídias sociais com o foco do Instagram na imagem, aliado a força do streetwear nas passarelas numa versão quase realista (Vetements, Public School, Gosha Rubchinskiy), uma nova categoria de agência de modelos está surgindo e mudando, literalmente, a cara da moda.
Diferentes das tradicionais agências de tipos variados, essas empresas focam não só no biotipo fora do padrão de beleza dos modelos, mas também na personalidade e na atitude de seus agenciados. “Nossos modelos não são apenas cabides; focamos numa seleção a dedo de garotas e garotos baseados em Londres que têm personalidade, individualidade, estilo e talento. É uma agência para pessoas que poderiam até ser modelos mas decidiram que não; que são muito cool para serem modelos. São pessoas com vidas reais que transitam nos universos da música, moda, artes, ilustração, etc”, diz, a inglesa Anti-agency, criada em 2013, uma das mais famosas desse setor, com modelos em campanhas e desfiles de marcas como Saint Laurent, Margiela, Marc Jacobs, Uniqlo, e editoriais para revistas como Purple e Dazed&Confused
AMBER LUCIA, MODELO DA INGLESA ANTI-AGENCY. fonte: ffw. |
Aberta há cerca de seis anos, a Tomorrow Is Another Day se especializou em streetcasting masculino (embora tenha feminino também), de garotos de Londres, Berlim e Paris. Paul Hameline, trabalha para grifes como Vetements e Dior, é um dos agenciados da TIAD.
Os meninos que desfilam para Gosha e para a Vetements também vêm das ruas, só que, geralmente, as de Moscou. Foi lá que a agência russa Lumpen selecionou os modelos das últimas apresentações de Gosha, que pretendem, como ele próprio afirmou, subverter a ideia de beleza que a Rússia normalmente exporta, tipo Natalia Vodianova. “É sobre os meninos da cena de clubes, os meninos que vão pras festas… São meninos reais”, disse o estilista russo.
O STREETCASTING DE GOSHA RUBCHINSKIY NA PITTI UOMO ©REPRODUÇÃO |
No Brasil, a agência Squad, criada no início do ano, é a pioneira neste setor. Criada pela jornalista e stylist Thais Mendes, que vive em Londres, e pela produtora Patricia Veneziano, a agência tem em seu portfólio modelos jovens com perfis diversos (alto, baixo, tatuado, careca, “estranho”, etc), cada um com a sua particularidade. Além de uma imagem que chame atenção, as sócias procuram pessoas com influência digital – o que aumenta o alcance da campanha para a agência e seus clientes. Para isso, a seleção por meio do Instagram funciona muito, e foi por onde a dupla começou a agência, com a conta @squadbrazil, que hoje reúne quase 35 mil seguidores. “A influência digital é, e tem sido há alguns anos, a moeda de ouro da indústria da moda e publicidade. As marcas têm que se reinventar ou explodir na base da influência digital. Parte do nossocasting é altamente influente em seus meios, praticamente celebridades, e temos toda a intenção de também focar nesse lado”, conta Patricia. (FFW, 2016).
JOÃO E PAULO RICARDO, MODELOS DA BRASILEIRA SQUAD. |
Adoramos ver esses novos modelos despadronizando o ''belo'' na indústria da moda. Gostaram? Comentem!
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